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Amor pelo Futebol: projeto que funciona embaixo de viaduto impacta mais de 400 crianças

Amor pelo Futebol: projeto que funciona embaixo de viaduto impacta mais de 400 crianças

Imagine que, no seu bairro, existe um espaço que poderia abrigar uma quadra de esportes para muitas crianças e também alguns adultos. Agora imagine que este espaço fica embaixo de um viaduto e está totalmente degradado, não tem um uso coletivo e serve apenas para o trânsito. Imaginou? Esse lugar realmente existia e tudo mudou após a chegada de Antônio Carlos. 

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Imagine que, no seu bairro, existe um espaço que poderia abrigar uma quadra de esportes para muitas crianças e também alguns adultos. Agora imagine que este espaço fica embaixo de um viaduto e está totalmente degradado, não tem um uso coletivo e serve apenas para o trânsito. Imaginou? Esse lugar realmente existia e tudo mudou após a chegada de Antônio Carlos. 

Antônio Carlos é um morador do bairro Bela Vista, no centro de São Paulo. Passava constantemente pelo viaduto Júlio de Mesquita Filho, e via ali um espaço subaproveitado em meio ao caos da cidade. 

Seu maior sonho era que o filho treinasse futebol em alguma escola da região. Mas, ao levá-lo para se matricular, tomou um susto: o valor da mensalidade era de 300 reais. “Eu não tinha esse dinheiro na época, e meu filho voltou de lá triste. E da mesma forma que eu não conseguia pagar para ele, os pais de várias crianças também não conseguiam”, lembra. 

Assim como Antônio Carlos, muitas famílias da região precisavam de um espaço em que as crianças pudessem praticar uma atividade física. Foi então que o professor de futebol teve uma ideia: por que não aproveitar aquele espaço embaixo do viaduto para realizar atividades com as crianças que, assim como o seu filho, não tinham condições de pagar? 

 

O início do sonho 

O projeto nasceu tímido: Antônio Carlos explicou o projeto e pediu licença para algumas pessoas em situação de rua que viviam ali. Reuniu alguns amigos e, juntos, eles limparam a área, pintaram o chão com as marcações de uma quadra e conseguiram a doação de duas traves, através de serralherias do bairro. 

Esse foi o início da Arena Bela Vista que hoje, orgulhosamente, impacta mais de 400 crianças com atividades gratuitas de segunda a sexta em quatro turnos por dia. 

Os amigos do treinador foram os primeiros professores, ensinando os princípios básicos do futebol para as crianças. A divulgação das atividades veio através das redes sociais, mas também contou com uma ajudinha dos próprios alunos. “As crianças divulgavam nas escolas. Eram cinco, se tornaram 20, depois 40. E assim o projeto foi crescendo cada vez mais”, conta.

 

Montando o quebra-cabeças

Antônio Carlos era treinador de um time de várzea, e levava para a Arena Bela Vista cada pedacinho de grama sintética que sobrava, até montar todo o gramado. “Fomos colocando pedaço a pedaço, até que conseguimos cobrir toda a quadra.”

Na época, o projeto ganhou alguns admiradores importantes, como o falecido prefeito de São Paulo, Bruno Covas. Então, a Secretaria Municipal de Esportes e a Prefeitura de São Paulo entraram em campo para melhorar o jogo: cederam oficialmente o espaço por três anos. Hoje, a cessão está em fase de renovação e a Arena Bela Vista ganhará mais dez anos de fôlego. 

A grama velha foi substituída por uma nova, em uma reforma feita com recursos municipais. Assim, a Arena ganhou estrutura para atender as mais de 400 crianças inscritas atualmente. 

 

Semeando um futuro melhor 

O projeto Arena Bela Vista já atua em um futuro melhor para as crianças atendidas. Prova disso é a mais recente conquista do time: Bia, uma aluna de 17 anos que começou na Arena, é a primeira contratada como profissional em um time de base: o Ska Brasil, do ex-jogador Edmilson. 

“Infelizmente não existem times de base no futebol feminino. Então me dá muito orgulho ver que a nossa primeira profissional é uma menina. Estamos conseguindo fazer o que a gente quer aqui: além de transformar o atleta, transformamos o cidadão”, conta Antônio Carlos. 

 

Parceiros de batalha

Apesar de não ter renda fixa, o projeto consegue se sustentar graças às parcerias e patrocínios conquistados ao longo desses seis anos. Entre os apoiadores estão uma faculdade, a fábrica das camisas da equipe e os times de “peladeiros” que utilizam o espaço aos fins de semana, em troca de uma contribuição voluntária. 

Também há uma parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, que faz uma doação mensal de 200 cestas básicas para serem distribuídas entre as famílias de alunos mais carentes. 

Os professores também são voluntários, entre ex-atletas e profissionais do esporte. Antônio Carlos ainda conta com a ajuda valiosa da esposa Janaína, que trabalha nos bastidores prestando assistência para as crianças. “Se não fosse o acreditar dela, nada aconteceria. Ela está sempre junto comigo”, lembra. 

 

Outras iniciativas da Arena Bela Vista 

Antônio Carlos sempre gostou de estudar e acredita que essa é a base para um futuro melhor. Em seu projeto não poderia ser diferente: ele promove o “Futebol na Ponta do Lápis”, que é uma atividade periódica de incentivo aos estudos. 

Nela, os alunos precisam realizar uma prova e tirar uma média mínima. Quem atinge a média estipulada ganha alguma recompensa. Quem não atinge a meta, tem um tempo de preparação antes que possa repetir a prova e levar sua recompensa para casa. Os presentes mais desejados são as chuteiras, recebidas através de parceiros do projeto.  

 

Lembranças que viram inspiração

Quando criança, Antônio Carlos jogava bola pelas ruas do centro de São Paulo. Ele e os amigos usavam os encontros para contar as novidades, relembrar o que tinha acontecido no fim de semana e estreitar laços. 

Apesar de trazer boas lembranças, Antônio Carlos conta que a época foi de um aprendizado por conta própria. Ele acredita que, hoje, as crianças têm a vantagem de serem orientadas por pessoas que querem vê-las evoluir não só no futebol, mas também na vida.  “Hoje estamos próximos deles e os orientamos, para não deixar que amanhã eles se percam pela vida”. 

 

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Texto por Suellen Amorim

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