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Amor pelo Carro: um Fusca 1965 na foto de família

Amor pelo Carro: um Fusca 1965 na foto de família

Fábio e Patrícia se conheceram em 2017. Ele é engenheiro mecânico amante de carros antigos. Já ela, trabalha com fotografia e é viciada em objetos com história. Não tinha como não dar match, né? Então, desde o início do relacionamento, eles têm um acordo: “nós vamos às exposições de carros, se depois passarmos um bom tempo olhando as quinquilharias, como máquinas de escrever e de fotografar antigas”, conta Patrícia.

Com o tempo, Patrícia passou a curtir os carros também. E com a sua câmera sempre em mãos, ela voltava desses passeios com centenas de fotos dos automóveis e de seus detalhes que contam histórias por si só.

Coincidência ou destino? 

Em 2019, um carro na garagem do prédio dos pais de Fábio passou a chamar a sua atenção: um Fusca 1965, pintado de vermelho e branco, completamente abandonado. “Sempre que a gente ia à casa dos pais dele, ele queria ver o fusca e falava ‘um dia esse carro vai ser meu’. Até que um dia eu falei para ele interfonar no apartamento dos donos para ver se tinham interesse em vender”, revela Patrícia. Pois ele ligou e… Eles queriam vender com urgência, pois estavam de mudança para outro país e não sabiam o que fazer com o fusca! #Destino que fala, né?

Amor pelo carro Ep. 4
Foto de arquivo pessoal. Fusca no estacionamento dos pais do Fabio

Mas calma: o carro não estava nos seus momentos de glória. Sujo, com as rodas tocando o chão e com uma avaliação bem realista do dono, que os alertaram inúmeras vezes: “‘O carro é esse aí, depois não me liguem achando que ele era melhor”. Fábio conta que o antigo dono ressaltou isso diversas vezes, pois tinha medo deles reclamarem. Pois eles ignoraram os avisos, compraram o carro e o empurraram até a vaga dos pais, no dia 13 de agosto de 2019!

foto do parabrisa do carro empoeirado com a data escrita 13/08/2019
Foto de arquivo pessoal.

Missão carro.  E agora?

O carro ficou lá mais um tempo, enquanto analisavam as possibilidades que teriam com ele. Até que alguém os alertou de que o veículo teria de passar por uma vistoria para regularizar a documentação no nome do Fábio. O prazo que eles tinham para isso era de um mês, mas foram avisados faltando uma semana.

“A gente chamou um guincho para levar o carro até a nossa casa, demos o primeiro banho e começamos a trabalhar”, explica Fábio. Foi uma semana praticamente focada na missão. Até que na noite antes do prazo: o carro deu partida pela primeira vez! E neste momento, foi tipo como se o Brasil tivesse ganhado o hexa, a família inteira gritando em comemoração, os vizinhos indo até lá festejar também, uma alegria que transbordava! Na data final, foram os dois até lá regularizar a documentação, com os bancos ainda soltos e muito ainda por fazer, mas com o carro andando e o coração borbulhando de emoção. 

Fábio ao lado do Fusca em sua garagem
Foto de Arquivo Pessoal. Fábio ao lado do Fusca em sua garagem.

Começa uma jornada

Documentação, ok, agora só faltava todo o resto! Passaram-se os meses, e, se você fez as contas, a história do casal acaba de se encontrar com o momento em que o mundo parou por conta da pandemia de Covid-19. “De verdade, se não fosse o Fusca, o Fábio tinha entrado em depressão com a pandemia”, confessa Patrícia. Os dois em casa, ritmo diferente, férias coletivas de dois meses no trabalho do Fábio e trabalhos de fotografia cancelados na agenda da Patrícia: o foco passou a ser o carro.

“Para reformar o interior, comecei a pesquisar muito na Internet, seguir tutoriais, alguns deram certo, outros não, conheci outras pessoas donas de carro antigo e fomos resolvendo uma coisa por vez”, conta Fábio. E esse processo trouxe várias histórias. Como da vez em que Fábio fez o teto e chão do carro, cortando o tecido certinho, colando cada cantinho, mas o carro ainda estava sem janelas e o casal tem um gato. E quem tem felinos em casa já sabe o que aconteceu: ele entrou durante a noite e arranhou toda a tapeçaria que o Fábio tinha feito. Ou então, e essa é importante, a vez em que Patrícia ajudou Fábio a descer o motor do carro, que é bastante pesado, e depois descobriu que estava já no primeiro mês de gravidez enquanto cumpria essa missão.

Foto da Patrícia grávida, segurando a barriga, em frente ao fusca.
Foto de arquivo pessoal. Patrícia em frente ao Fusca.

Parte da família

O Fusca 1965 é parte da família. Lorenzo, filho do casal, que hoje tem um ano, é apaixonado pelo carro! A primeira vez que ele ficou em pé foi no banco do motorista do possante, sempre que encontra algo parecido com um volante imita o barulho do fusca, comemora toda vez em que o carro dá partida, e se alguém sai com o carro sem ele, o choro é certo! Portanto, se você ficou interessado em comprar esse carro, pode ir tirando o cavalinho da chuva: “ele já é do Lorenzo”, comenta o pai. 

Hoje o carro é o único da família e eles o usam diariamente para tudo que precisam. Por isso, entendem a importância de um seguro. “É o seguro que me deixa tranquilo para viajar com um carro antigo e com a família dentro. Traz a segurança que a gente precisa para usá-lo todos os dias”, conta Fábio.

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